Lula defende aumento do IOF como forma de financiar gastos pĂșblicos


AGÊNCIA BRASIL

O presidente da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, defendeu, nesta quinta-feira (19), a proposta do governo federal de promover mudanças nas regras do Imposto sobre OperaçÔes Financeiras (IOF), incluindo o aumento das alĂ­quotas cobradas atualmente.

“O IOF do Haddad [ministro da Fazenda], nĂŁo tem nada de mais”, disse Lula ao participar do podcast Mano a Mano, apresentado pelo mĂșsico e compositor Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira, e disponibilizado nesta quinta-feira (19).

“O Haddad quer que as bets paguem [mais] imposto de renda; que as fintechs paguem; que os bancos paguem. SĂł um pouquinho, para a gente poder fazer a compensação, porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, temos que cortar no Orçamento”, acrescentou o presidente, admitindo que o aumento do IOF â€œĂ© um pouco para fazer esta compensação” e evitar cortes orçamentĂĄrios.

As declaraçÔes do presidente ocorrem em meio à forte resistĂȘncia do Congresso Nacional a alteraçÔes no IOF. Na Ășltima segunda-feira (16), a CĂąmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, a urgĂȘncia para a tramitação do projeto legislativo (PDL 314/25) que trata da possĂ­vel suspensĂŁo dos efeitos do recente decreto do governo federal sobre mudanças nas regras do IOF.

A aprovação da urgĂȘncia permite que o PlenĂĄrio da CĂąmara dos Deputados vote o decreto do governo sem que este seja discutido nas comissĂ”es parlamentares. O decreto do governo foi apresentado no Ășltimo dia 11, junto com uma Medida ProvisĂłria tambĂ©m relacionada ao IOF.

Com uma proposta de corte de gastos, as duas recentes medidas foram anunciadas como uma forma do governo recalibrar proposta anterior, de 22 de maio – quando a equipe econĂŽmica anunciou o contingenciamento de R$ 31,3 bilhĂ”es do Orçamento Geral da UniĂŁo a fim de assegurar o cumprimento da meta fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO). Na ocasiĂŁo, o governo propĂŽs elevar a alĂ­quota de vĂĄrias operaçÔes financeiras, incluindo o IOF, mas recuou no mesmo dia, diante das crĂ­ticas de empresĂĄrios e parlamentares, incluindo alguns da prĂłpria base governista.