AGĂNCIA BRASIL
A CĂąmara Municipal de SĂŁo Paulo aprovou a mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana da cidade para PolĂcia Municipal. O texto precisava de 37 votos e foi aprovado por 43 parlamentares. Houve 10 votos contrĂĄrios.
âA cidade precisa de mais policiais, isso darĂĄ mais poder. Precisamos armar mais as polĂcias, e isso ficou claro aqui hoje. A maioria esmagadora dos vereadores votou a favor do novo nome. Ă uma nova nomenclatura que muda a cara da polĂciaâ, disse o vereador Ricardo Teixeira (UniĂŁo), presidente da cĂąmara paulistana.
A primeira fase de discussĂŁo do projeto de lei aconteceu em dezembro de 2019, mas ele ficou fora de pauta atĂ© que o tema passasse pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou que as cidades brasileiras aprovem leis dando poder de polĂcia Ă GCM em 20 de fevereiro deste ano. O municĂpio pleiteava, desde entĂŁo, que seu efetivo pudesse atuar no policiamento ostensivo, especialmente em locais como a cracolĂąndia, na Luz, regiĂŁo central da cidade.
Segundo a assessoria da CĂąmara, a decisĂŁo do STF aconteceu devido a um recurso apresentado pela CĂąmara Municipal de SĂŁo Paulo em 2009. Ă Ă©poca, a Lei n° 13.866, de 1 de julho de 2004, sancionada pela entĂŁo prefeita Marta Suplicy (PT), garantia Ă Guarda o policiamento preventivo. No entanto, na ocasiĂŁo, o MinistĂ©rio PĂșblico contestou a medida. O recurso do legislativo municipal foi apreciado pelo Supremo.
Segundo a decisĂŁo do STF, as guardas municipais naÌo podem investigar, mas lhes cabe fazer policiamento ostensivo e comunitaÌrio e agir diante de condutas lesivas a pessoas, bens e serviços, “inclusive realizar prisoÌes em flagrante, respeitadas as atribuiçoÌes dos demais oÌrgaÌos de segurança puÌblicaâ.
Em nota, o Executivo paulistano comemorou a aprovação, afirmando que “Ă© mais um passo para ampliar a segurança na cidade”. A Prefeitura prepara outro projeto de lei para incluir iniciativas jĂĄ existentes dentro da segurança urbana da capital, como o centro de formação da polĂcia municipal e o de treinamento de tiro, convĂȘnios com outros municĂpios para trocar experiĂȘncias e treinamento dos agentes por organismos nacionais e internacionais.
âVamos atualizar esse novo modelo de polĂcia municipal, com uma nova lei, abrangendo todo esse quesito. Devemos mandar para a CĂąmara nas prĂłximas semanas, mas Ă© um texto que alĂ©m de efetuar a questĂŁo da imagem da PolĂcia Municipal, ele tambĂ©m coloca situaçÔes que sĂŁo fundamentaisâ, afirmou em nota o prefeito, Ricardo Nunes.
Outras decisÔes
Esse tipo de mudança legislativa tambĂ©m Ă© debatido em outras esferas. Recentemente, a cidade de Itaquaquecetuba, na regiĂŁo metropolitana de SĂŁo Paulo, aprovou projeto semelhante, que foi suspenso por liminar no Tribunal de Justiça de SĂŁo Paulo, na Ășltima quarta-feira (12), a pedido do MinistĂ©rio PĂșblico Estadual.
âO termo âpolĂciaâ Ă© utilizado para ĂłrgĂŁos especĂficos, com atribuiçÔes bem delineadas no texto constitucional, que nĂŁo se confundem com as das guardas, nĂŁo podendo o MunicĂpio, a pretexto de autonomia legislativa, alterar a denominação da guarda municipal”, registrou o desembargador Ademir Benedito, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo SĂ©rgio de Oliveira e Costa.
TambĂ©m na Ășltima quarta-feira (12) a ComissĂŁo de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Estado de SĂŁo Paulo (Alesp) aprovou projeto sobre o tema. A proposta reconhece que as guardas municipais sĂŁo ĂłrgĂŁos integrantes do sistema de Segurança PĂșblica do Estado e permite o uso do termo e garante a inclusĂŁo de cursos de formação, treinamento e aperfeiçoamento aos integrantes da corporação, em convĂȘnios entre estado e municĂpios.